domingo, 10 de mayo de 2009

Comparação oportuna

O termo web 2.0 tem sido aproveitado por empresas que tentam se promover, mas muitas vezes não fizeram revolução alguma. Há muito de marketing em tudo isso, mas também há inovações que de fato fazem a diferença no dia-a-dia.

Em relação à web 1.0, não foram tantas as diferenças quanto a especificações técnicas. Afinal, a internet continua sendo fundamentalmente uma rede de computadores. O relevante mesmo são as contribuições ao conteúdo. Os avanços na velocidade da conexão, a popularização do vídeo, a proliferação das redes sociais... Tudo isso contribui para produzir mais conteúdo de uma maneira mais completa que antes, com a web 1.0.

E isso não aconteceu apenas com o conteúdo jornalístico ou com os blogs. O comércio eletrônico, que se desenvolveu bastante na década de 90, mas desabou com a bolha da Nasdaq em 2001, hoje depende totalmente da interação para ter sucesso. O tradicional boca-a-boca toma lugar na web 2.0 com os comentários e avaliações de produtos e lojas.

À parte as grandes lojas já consolidadas no mercado tradicional, poucas conseguem vender bastante se são mal-avaliadas pelo internauta. O consumidor sempre tem razão, mais do que nunca. Por exemplo, alguns sites se eximem de escrever extensas resenhas sobre livros. Cabe ao internauta convencer o futuro comprador. Ou fazê-lo desistir.

Na web 1.0, o internauta comum conseguia se expressar por meio do ICQ, do e-mail e das salas de bate-papo. No entanto, geralmente não deixava registros permanentes de sua vida para que pessoas desconhecidas pudessem conhecê-lo. Hoje, com a web 2.0 e a explosão das redes sociais (Orkut, Facebook, Myspace), é possível bisbilhotar a vida alheia sem precisar se esconder na rua ou furtar as cartas do vizinho. Mas, principalmente, essas redes se tornaram uma fonte importantíssima de apuração jornalística. Quantas informações se pode descobrir sobre uma vítima de sequestro ou um assaltante? Muitos detalhes que antes o jornalista custava a conseguir, buscando telefones e incomodando familiares em momentos absolutamente impróprios.

A importância crescente do leitor-internauta na web 2.0 também ajuda o jornalista a encontrar personagens para suas matérias. As pessoas se expõem, contam histórias que podem ser interessantes. Na web 1.0, quem estava insatisfeito com algum produto enviava um e-mail à empresa ou recorria ao velho telefone. Hoje, há sites específicos para reclamações de consumidores. Muitos não se identificam, mas quem deixa o nome pode ser encontrado por um repórter em busca, por exemplo, de um usuário insatisfeito com seu plano de saúde.

Se na web 1.0 a função do internauta se limitava à leitura, às salas de bate-papo e às trocas de e-mail, hoje seu papel é muito mais amplo. Ele determina, por exemplo, o que vai estar em destaque numa página, por meio dos textos mais lidos. O editor isolado do mundo em sua mesa perde o monopólio de hierarquizar.

Isso sem falar na situação cada vez mais comum em que o internauta produz seu próprio conteúdo, o que não substitui o jornalista em tempo integral, mas o ajuda a complementar seu trabalho e refletir sobre seu ofício.

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